Deve-se ao Papa Bonifácio IV a celebração deste dia que pretende recordar todos os homens e mulheres cujo nome ficou para sempre celebrizado no panteão dos glorificados.
Foi no distante ano de 609 d.C. que o Papa Bonifácio dedicou o panteão de Roma à Virgem Maria e a Todos os Santos, no dia 13 de Maio, tendo sido depois a data alterada para o dia 1 de Novembro, pelo Papa Paulo III, que dedicou a primeira capela a todos os santos na Basílica do Vaticano. A igreja ortodoxa celebra este dia no Domingo seguinte ao Pentecostes.
Em Portugal as celebrações perderam-se um pouco ao longo dos anos, mas não há muito tempo atrás que as crianças se juntavam pela manhã para ir batendo de porta em porta a pedir pelos ‘santinhos’ e pela alma das pessoas que já morreram. Levavam uma bolsa de pano e recebiam o que as pessoas podiam dar como dinheiro, maçãs, castanhas, rebuçados, nozes, bolos, chocolates, etc.
Este costume perdeu-se bastante porque os pedidos eram feitos por necessidade devido à miséria que imperava. Nas casas, a mesa era posta com o que os donos tinham de melhor para comer e beber e quando os pedintes batiam à porta eram convidados a entrar e a sentar-se.
Em certas zonas do país ainda continua o costume de se confeccionarem broas de milho para dádivas. Uma iguaria que não faltava eram as tradicionais papas de milho divididas em pratos individuais que cada pessoa comia juntando-lhe leite e mel ou açúcar.
Em Castelo de Vide, as crianças que pediam entoavam a seguinte ladainha:
‘Senhora dê-nos os Santos
Por alma dos seus defuntos
Lá estará na Santa Cruz
P'ra sempre, ó Jesus!’
Quando as pessoas não davam nada, a canção tinha a mesma melodia, mas a letra era bem diferente.
Em Niza, o ritual era o mesmo, mas a maior atenção ia para os pedidos aos padrinhos:
‘Dê-me a sua benção padrinho!’ ao que estes respondiam: ‘Deus te abençoe e te faça um santinho!’ e entregavam aos afilhados bolos (os santinhos) no feitio de lagartos e de bonecos, com ovos e dinheiro.
Bolo típico desta festividade é o ‘Santoro’, de forma comprida e que se dá aos pedintes ou amigos em dia de Todos-os-Santos ou de finados.
Este feriado é ainda aproveitado para o arranjo das campas dos cemitérios com vista à celebração do dia de finados.
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